O menino e os pães
(Antunis Clayton)
Da janela observo tempo e espaço de uma manhã.
No meio dela encontro o menino que retorna da padaria em passos apressados e caminhar leve.
Passa por pequenos arbustos como se eles fossem "Joões" e os dribla antes de alcançar a calçada.
Na sacola, os pães se revezam nos espaços como se lhe alegrassem aquela eufórica caminhada.
Observa, em outra janela, outro menino. Então para. E fala. E parece se esquecer dos pães, agora inertes.
E fala, fala, como se estivessem a projetar algo muito interessante para aquela manhã.
Olhos nos olhos. Os pés miudos, agora sobre a grama, paralisados e silenciosos.
Em cena um "João" e o Malabarista que, parado, gesta mais um drible tão conhecido quanto inevitável.
E ainda tenho tempo para observar sua partida veloz, como se procurasse a linha de fundo e como se os pães fossem alcançar a mesa de café como as bolas alcançam a grande área e as redes.
O segundo menino sai de cena, como um dia saíram os "Joões".
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Você continua ótimo nos textos. Beijo!
ResponderExcluirSeu irmão Arnaldo Garcia